ILARIO TAVARES

araguaiaxingunews

Uma conversa em local isolado, que durou cerca de 40 minutos, entre um policial penal e o diretor do Centro de Ressocialização Industrial Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, foi o início de uma sequência de omissões e contradições que culminaram na fuga de dois detentos, entre eles o líder de uma facção criminosa.

O episódio, ocorrido em 2023, voltou à tona com o avanço das investigações que revelaram que, após esse diálogo reservado, ambos os envolvidos registraram boletins de ocorrência distintos. As versões apresentadas, no entanto, continham diversas inconsistências e omissões, como a indicação equivocada do local da fuga – apontado como uma churrascaria.

Conforme apurado, caso os servidores tivessem relatado os fatos de forma fidedigna, seria possível acionar as forças de segurança a tempo de recapturar os foragidos e abordar as mulheres que participaram da fuga. Porém, segundo a investigação, os servidores demonstraram desinteresse em evitar ou reverter a ação criminosa.

OPERAÇÃO SHADOW

Deflagrada na manhã de segunda-feira (14), a Operação Shadow cumpriu 35 ordens judiciais contra integrantes de um grupo criminoso responsável por planejar e executar a fuga. Entre os alvos estão dois policiais penais, que agora são investigados pelos crimes de facilitação de fuga de pessoa legalmente presa e integração de organização criminosa.

As investigações apontam que houve um plano estratégico bem estruturado, que contou com apoio interno de agentes públicos para possibilitar a evasão dos criminosos da unidade prisional.

O caso evidencia a necessidade de reforço nos mecanismos de controle e fiscalização dentro das instituições carcerárias, além de maior rigor na responsabilização de servidores envolvidos em práticas que comprometem a segurança pública.